quanto mais eu olho, não vejo.
quanto mais não vejo, desejo.
quanto mais desejo, me perco.
mais me vejo preso num cerco.
(Robinson Murilo Badin)
quanto mais eu olho, não vejo.
quanto mais não vejo, desejo.
quanto mais desejo, me perco.
mais me vejo preso num cerco.
(Robinson Murilo Badin)
se me encontrarem por aí,
me avisem!
estou me procurando.
(Robinson M. Badin)
nossas paixões silenciaram o amor
nossos sorrisos vertiam lágrimas de sangue
a cada toque, maior se tornou o abismo
nossos sentidos nos levaram pra um lugar sem sentido
procuro o que já encontrei
estou sem as chaves de onde já morei
me pergunto aquilo que já sei
perdoado, o pescador disse: pra onde irei?
quanto mais se fita, menos se vê
a inspiração parece ter expirado
vimos a face do desespero
desejamos abraçar a morte,
pensando que levaria o peso da dor.
nos graduamos em destruir a nós mesmos.
na contra mão, com o fardo da loucura,
com uma teimosia colossal,
insisto enxergar pinceladas subversivas
de um sujeito intragável e intrigante
anunciamos ele: o paradoxo,
pouco ortodoxo, quase rebelde
suas composições varrem o universo,
e além, está onde não vemos
faz o que não podemos
colhe beleza do caos
indesejável! pensam a seu respeito.
eu vejo com outros olhos:
invencível, implacável, inevitável.
(Robinson M. Badin)